De qual fonte beber?

Em veículos de comunicação interna, um ponto do processo de composição das publicações para os funcionários ganha peso extra: a fonte de informações e preparar as reportagens.

Afinal, estamos falando de publicações muito específicas que, em geral, não são dirigidas à grande massa. Trata-se de um público segmentado e com um nível de conhecimento bastante considerável que, na maior parte das vezes, é ainda mais exigente com a informação – e cobra isso da área de comunicação. Seja funcionário de fábrica ou operacional, seja um executivo ou um alto diretor em qualquer segmento de atuação, lidamos com uma fatia da população que sabe do que estamos falando.

É preciso se preocupar não só com o conteúdo, mas também com a forma. Isto é: a fonte tem de ser fidedigna e gabaritada – tem de gerar credibilidade para os leitores, alguém em quem as pessoas confiem, de fato. Principalmente se o foco do veículo for um público de um mercado mais tradicional/conservador, por exemplo. São pessoas muito ligadas em questões como formação e currículo.

Em áreas com foco de atuação mais recente, ou quando falamos em inovação, muitas vezes, o que mais conta é o que o profissional/fonte fez ou realizou, do que exatamente sua formação acadêmica. Não que isso não seja relevante, mas não é determinante. Conta, de fato, o lado empreendedor, o que serve como exemplo, como inspiração para novas ideias. Podemos dizer que é uma “fonte benchmarking”!

O importante é adequar o profissional à publicação e ao público. Podemos considerar os seguintes pontos:

1) Mercado em que a empresa que publica o veículo atua – público ou privado, se a atividade é industrial, serviços, atacado, varejo, etc.

2) Setor de atividade: financeiro, alimentação, energia, bebidas, automobilístico…

3) Perfil da organização – tradicional, ousada, moderna, conservadora, em expansão ou em fase de corte de custos? Procure fontes que possam falar um discurso adequado ao momento. De nada adianta uma fonte com visão moderna, para quebrar paradigmas, se na empresa passa por uma transição de um sistema com hierarquia rígida, por exemplo. É preciso se adequar à cultura organizacional – o que, convenhamos, leva um certo tempo. Aos poucos, vamos trabalhando com fontes mais inovadoras.

4) Perfil da fonte – área de atuação, em que assunto é especialista, formação acadêmica/universitária, projetos de destaque, forma de abordagem, linguagem que utiliza, idade (pois é, até isso pode contar, de acordo com a empresa… Lembre-se: você tem que adequar tudo para seu público, para que a comunicação surta o efeito desejado!).

Não que você deva ficar engessado. Vez ou outra, uma dose de ousadia é super bem vinda. Mesmo se você tiver liberdade, ousar toda hora também não é lá muito adequado. Balancear é sempre um caminho mais seguro para a comunicação funcionar e as pessoas absorverem os conteúdos. O segredo é equilibrar para não ficar fora do tom!