PCM 90: liderança engajadora que faz a diferença

A última edição do Pão com Manteiga deste ano abordou o envolvimento dos líderes como multiplicadores no processo de engajamento dos colaboradores, com a consultoria de Juliana Mathias, Gerente de Comunicação e Marketing do Hay Group e responsável pela comunicação interna e externa da empresa no Brasil.

Para engrandecer o evento, recebemos, também, Camila Andrade e Elaine Watoniki, da Helibras, Juliana Caburlão, do Hospital Albert Einstein, Stella Carolina Campos, do Hospital Santa Catarina, e Stevan Scarparo, do Grupo Informa.

Juliana Mathias começou o café da manhã explicando que o engajamento faz parte do funcionário. Partimos do princípio que ele comece a trabalhar em uma empresa engajado. Porém, o que vai fazer com que ele permaneça assim é o suporte organizacional, ou seja, os meios de que ele dispõe para tal. Nesse sentido, o papel de uma boa liderança e uma boa comunicação face a face é fundamental.

Isso porque o pool de veículos da empresa, a chamada comunicação formal, pode até ter canais de mão dupla (aliás, deve ter) mas, no final das contas, ela acaba sendo, em certa medida, de mão única. Porque depende da iniciativa do funcionário se manifestar. Quando o chefe chama pra uma conversa, a coisa é diferente, porque estão ali duas partes interessadas no assunto: alguém que fala com mais propriedade, mais ‘verdade’ sobre o tema. E o bom líder faz mais do que falar. Ele, na medida certa, expõe o seu ponto de vista sobre o tema.

Sem isso, passado um tempo, é natural a frustração. Segundo números disponíveis no banco de dados do Hay Group, muita gente qualificada deixa a empresa por causa das barreiras que os impedem de realizar seu trabalho com eficácia. E isso tem muito a ver, mas não somente com o chefe direto, que é em quem o funcionário desejaria encontrar maior suporte para seu desenvolvimento profissional.

Liderar não é fácil. Não basta leitura, treinamento, coaching ou terapia. Cada pessoa precisa achar a seu estilo, sua medida. É preciso ponderar, também, a cultura da empresa, que podem trazer barreiras como: burocracia, prioridades em constante mudança, exigência de se fazer mais com menos, entre outras.

O assunto rende muito. E quem quiser mais do que essas mal digitadas linhas, leia “O Inimigo do engajamento profissional”, de Mark Royal e Tom Agnew, consultores seniores Hay Group.

Mas, o resumo da ópera é: resultados melhores para a empresa vêm do engajamento, que é papel do líder comunicador. Sem esse suporte, o funcionário que começa engajado, fica frustrado e depois se torna um deslocado. Daí, tarde demais. A empresa pode ter perdido um grande talento.

Líder: comunicar é o seu papel. Fale com sabedoria, paixão, criatividade, conhecimento, carisma, coragem e justiça. E use como termômetro a seguinte premissa: o jeito de ser da sua equipe é um espelho da sua liderança.