A revista na comunicação empresarial – 89º PCM

“Um veículo não deve vender notícias e sim posicionamento.”
Arthur Ochs Sulzberger – The New York Times

O dia chuvoso de 23 de outubro, em São Paulo, não fez com que os convidados desistissem do Pão com Manteiga, o café da manhã com comunicação da KlaumonForma. Não é para menos. O tema, embora recorrente, desperta interesse: a revista e sua função nas empresas.

Estiveram presentes Juliana Caburlão (Hospital Albert Einstein), Livia Souza (Cargil), Maildes Valesca de Souza Campos (Edenred), Natalia Zanon (Tavex),Thais Santos Chaves (Vale Fertilizantes), Thatiana Faria (Takeda) e Regina Valente (FSB). Como consultoras e especialistas no assunto, recebemos Giedre Moura e Inês Godinho, da Jambo Comunicação e Produções.

Para começar, uma pergunta: seria a revista o veículo mais importante da comunicação empresarial? Segundo os presentes, é difícil dizer “o mais importante”, porque cada um tem seus atributos e se adequam melhor ou não, dependendo da necessidade da empresa e de seus públicos.

O melhor canal é o que vai dar mais suporte à empresa para aculturar e reforçar sua missão, visão, valores e princípios, informando, engajando, motivando e propiciando um clima saudável, de contentamento e produtividade.

Nesse sentido, a revista é fundamental. E quase sempre não é o suficiente, já que uma empresa tem muito a comunicar. Aliás, nem é prudente que as informações fiquem concentradas em apenas um lugar pois, dependendo da natureza, relevância ou urgência, a notícia se enquadra melhor noutros meios: murais, e-mails, redes sociais etc.

Mas, vamos nos focar no tema do encontro. Como fazer uma boa revista? Unanimidade: a escolha da pauta é que determina o sucesso. Assuntos relevantes, notícias atuais, temas que despertem o orgulho de pertencer e matérias que tragam a palavra dos funcionários e equipes. E tudo isso comunicado com franqueza, conhecimento de causa, propriedade, transparência, sem ser tendencioso e ouvindo as várias partes interessadas no assunto.

Respeito à periodicidade é outro ingrediente importante. Mais do que gerar credibilidade, o tempo certo de uma publicação gera vínculo com o colaborador, que passa a esperar e desejar a revista. Uma das participantes relatou que apenas acertando a periodicidade do veículo, o índice de leitura triplicou. Esta tarefa nem sempre é simples, porque a logística muitas vezes não permite. Outro exemplo citado foi uma empresa que tem filial no Pará. Por mais que a área de comunicação zele pela periodicidade, a unidade acaba recebendo a publicação com certo atraso.

Rede de correspondentes treinadas, informadas, motivadas e, de preferência, exercendo só essa função (tudo bem, sabemos que esse último critério é raro) também são importantes fatores de sucesso.

Muitos mais aspectos contam: o alinhamento entre a equipe de redatores e de arte, o feedback para os pauteiros cujas notícias não entram na edição, matérias curtas e objetivas (princípio que esse release está começando a ferir) também contam muito a favor.

Ou seja, a pulverização das notícias em veículos diversos, incluindo, obviamente, os eletrônicos, é desejável e necessita uma combinação adequada de acordo com o tema, tom, públicos e objetivos da organização.

Mas,
A revista alimenta a empresa, faz acontecer, desperta o orgulho de pertencer.
A revista tem passado e permite a construção de uma história.
A revista exige um momento único para a leitura.
A revista é artesanal, se constrói página a página, com detalhes.
A revista tem atributos insubstituíveis.
A revista é a expressão da identidade da empresa.
Ou seja,

A revista é a revista.