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113º PCM: As empresas estão preparadas para a diversidade sexual e de gênero de seus colaboradores?

Grasiele Maia, jornalista, Luara Tavares, RP,Denise Pragana, jornalista com prática em comunicação empresarial e Cibele Reis da Comunicação Interna da CEVA Logistics se interessaram em ouvir a resposta de Jean Soldatelli, um dos responsáveis pelo recente estudo “Demitindo Preconceitos: por que as empresas precisam sair do armário”. Por isso, estiveram hoje conosco no 113º Pão com Manteiga.

A diversidade sexual e de gênero é um dos grandes tabus na sociedade. No mercado de trabalho este tabu parece ainda maior. Apesar do tema finalmente ter ganhado notoriedade na maioria dos ciclos sociais, nos parece que as empresas ainda não sabem lidar com a questão, afirmou ele. Resultado: não aproveitam o potencial humano e a conhecimento destes grupos.

Para a Santo Caos, sua consultoria, estudar comportamentos define estratégias de relacionamento para trabalhar engajamento. Esse entendimento é fundamental, tanto que países como Inglaterra e Estados Unidos o fazem para que seus cidadãos se engajem com seu país.

“Começamos a pesquisar os jovens. Fizemos o estudo “Do giz ao tablete”, para entender a evolução das gerações, que não foi acompanhada pela educação. Depois quisemos entender se de fato as empresas são um extrato da sociedade. Não necessariamente. Para nós, as empresas são as grandes influenciadoras da sociedade. O papel social da empresa é muito grande”, afirma Jean.

“No “Demitindo Preconceitos” conversamos com o público LGBT no mercado de trabalho. A escolha dos entrevistados foi feita pela metodologia Bola de Neve, que funciona por indicações. Nossa pesquisa levantou algumas hipóteses, como: a orientação sexual/gênero influencia na carreira? Descobrimos que sim para 25% dos entrevistados.”

O LGBT no dia a dia das empresas e como as empresas se posicionam

Só 2% dos entrevistados se assumem para o RH. Portanto, para quem representa a empresa, o perfil do público interno não é revelado. No Brasil, segundo o censo de 2010, há 10% da população que se assume gay. No estudo de Jean, 45% dos entrevistados já foram discriminados abertamente e 100% sofreram uma descriminação velada.

O Estudo olhou os códigos de ética e as políticas internas para levantar qual o nível de clareza sobre a identificação de gênero. Como esses instrumentos já existem, podem ser um bom começo para as empresas expressarem sua visão sobre o tema em sua gestão. Assim comunicarão o que é importante para promover a diversidade.

A mensagem final do estudo não é forçar ou criar falsas realidades, mas entender a cultura, apoiar e externalizar o espaço para o público LGBT. Todos os estudos de caso da Santo Caos estão publicados na web. Há um site específico para o www.demitindopreconceitos.com.br com resultados e vídeos depoimentos.

Benefícios e melhores práticas para as empresas

Como queremos tratar o assunto LGBT? Essa questão precisa ser conversada dentro da empresa. O 1º passo para a aceitação do comportamento LGBT é falar com o público que não pertence a nesse nicho. Por exemplo, ao falar de diversidade feminina devemos nos dirigir aos homens, recomenda Jean.

Há setores mais propensos a comunicar a diversidade, mesmo que tenha surgido como estímulo mercadológico. A marca O Boticário se posicionou no Dia dos Namorados em junho de 2015, por exemplo.

Faz sentido haver gestão da diversidade e trabalhar os pilares que a compõem.

Segundo Jean, deve ser uma bandeira da área de comunicação, que pode ter o papel de abrir essa conversa. O conceito de brand employment ou endobranding, que se apoia na construção de marca. O caminho não deve ser do “choque”, mas sim de respeito à cultura organizacional, traçando etapas de forma gradual. Mas geralmente, as empresas trabalham a diversidade de forma punitiva. Ele aconselha a investir em conscientização, em dismistificação.

O entendimento do quanto o conhecimento do seu público pode influenciar para os resultados empresariais precisa começar no meio acadêmico.

Jean Soldatelli é formado em Comunicação Social pela ECA-USP, começou como diretor de criação da agência experimental, de lá se aventurou um tempo em redação e descobriu que o planejamento era o que realmente gostava em publicidade. Trabalhou com clientes como Sony, Brasil Kirin, Unilever e Bacardi, com os quais ganhou 12 Globes Awards. Desde 2012 se dedica a entender pessoas e comportamentos como um dos sócios da Santo Caos, consultoria de engajamento, que estuda comportamentos.

87º PCM: Como identificar as necessidades e os desejos do cliente interno?

Foi assim que começamos: Mariana Melissa, colunista do blog Ideia de Marketing publicou em 17 de abril de 2012, um artigo com o seguinte título “Como identificar as necessidades e desejos do cliente interno?”. Isso chamou a atenção de Renata Tenório, coordenadora do PCM, que propôs convidá-la para ser nossa consultora. Para conhecer sua experiência, iniciaram um relacionamento pelas redes sociais.

Mariana contou que através do mundo acadêmico e do curso de Gestão de Recursos Humanos, descobriu o Endomarketing e o poder da Comunicação Interna. Porém, descobriu também que somente a faculdade não seria suficiente e, a partir daí, começou um trabalho de pesquisas e fundamentações teóricas sobre o tema. A partir de então, escreve para o ideiademarketing blog com o qual colabora desde o nascimento.

O ideiademarketing é uma iniciativa de Paulo Henrique Motta de Lima, formado em marketing e especialista em branding. O ambiente vive de conteúdo colaborativo, conta com 13 articulistas fixos, um deles a Mariana. No momento gera 10.000 visitas mensais.

Acertamos os pontos a conversar e pedimos à Mariana que falasse sobre:

  • Momento de comunicação e de marketing
  • Planejamento: conhecer o público – ferramentas
  • O que fazer com os dados
  • Conceito de “necejos” (necessidade + desejos)

O encontro
No dia 09 de agosto realizamos o café da manhã com a presença de Ana Paula Vasconcelos (Helibras), Daniela Sousa (GVP), Paulo Henrique Motta de Lima (Ideia de Marketing), Raquel Fernandes (Vale Fertilizantes e Vanessa Oliveira (Sapore Benefícios).

O conteúdo foi amplo. Mariana nos colocou sua percepção sobre como pode ser trabalhada a comunicação interna, a partir de sua experiência na GFX Administração, um Grupo que atua em diversos segmentos de mercado. “Foco nas pessoas e excelência nos detalhes é o nosso lema”, afirmou.

Seja cliente interno, seja cliente externo, para planejar ações de comunicação, precisamos entender com quem estamos falando, disse ela. É o momento de olhar a empresa pelas pessoas.

E para conhecê-las é importante ouvi-las. Uma boa prática é a Pesquisa de Clima. Se ela ainda não é adotada, pode-se pensar em adaptar os modelos de pesquisa existente para aplicar à realidade de cada empresa. O importante é, junto com o RH, estar atento a problemas que podem afetar o desempenho profissional, vindos de cenários internos ou externos. As pesquisas geralmente confirmam algumas suspeitas e direcionam um plano de ações e decisões, de forma a orientar as prioridades.

Com a pesquisa, um meio de escuta do público, as necessidades tornam-se mais evidentes, mas devemos olhar pelos desejos, que são subjetivos e impactam na produtividade. “Um desejo detectado em nossa pesquisa foi a vontade de propiciar a proximidade do negócio com a família dos funcionários”, disse a colunista. “Desse ‘pedido’, nasceu uma ação bem bacana na Festa Junina, fazendo com que os familiares participassem do evento.”

Quem esteve no Pão com Manteiga, pode fazer uma reflexão muito legal sobre a importância de gerar conteúdo de acordo com o perfil do público interno, usando técnicas de engajamento, para aumentar a motivação e orgulho de pertencer. Não necessariamente é preciso sofisticar. O simples traz muito resultado. A conclusão foi: existe um ponto em comum entre grandes empresas e pequenas empresas: olhamos a informação e esquecemos de olhar as pessoas. Não nos preocupamos em saber se as pessoas estão entendendo, só nos preocupamos em informar.

Isso serve para você comunicador, que está nos lendo agora: procure fazer a seguinte pergunta antes de qualquer iniciativa: Com quem estou me comunicando? Porque o que os conteúdos comunicacionais são feitos por pessoas e para as pessoas. Pense nisso e seja feliz!

Acesse o artigo da Mariana no
http://www.ideiademarketing.com.br/2012/04/17/como-identificar-as-necessidades-e-desejos-do-cliente-interno/

Aguardamos comentários lá e cá…