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Pão com Manteiga 94 – Jogos Corporativos

Que tal comunicar cultura, valores, missão, ética, segurança, sustentabilidade, entre outros importantes conceitos corporativos com um jogo?

Conversamos com Magda Vila e Felipe Vila sobre o assunto na edição 94 do Pão com Manteiga, dia 06 de junho. Ela, consultora da Magnitud Desenvolvimento de Talentos, empresa com 15 anos de experiência no tema e especialista em desenvolvimento do potencial humano. Ele, seu filho, arquiteto dedicado ao design e da i9ação, consultoria de design para jogos e games.

O jogo corporativo é um instrumento educacional e de difusão de ideias

Para Magda, jogo é qualquer interação entre dois ou mais elementos, dentro de um conjunto definido de regras. No ambiente corporativo o caminhar dos participantes durante o jogo tem a ver com a superação de desafios. Magda utiliza sua experiência em gestão de pessoas, treinamento e pós-graduação em jogos. O primeiro jogo que criaram juntos foi há 12 anos, o Hércules, para uso no ambiente empresarial.

Há muito uso de lógica e matemática para o desenvolvimento de um jogo. Estudo de mecânicas. Raciocínio encadeado. O jogo por natureza é multimídia e cria um ambiente de experiência que proporciona insights, aprendizados. O adulto aprende pela experiência, pelo desafio de encontrar caminhos, soluções.

O design pode contribuir na relação do usuário com o jogo. É o primeiro estágio do envolvimento; ele serve para seduzir. Tem que ser convidativo. Não pode ser improvisado. Começa pelo visual, passa pela proposição de um cenário que conta a origem e as regras do jogo. As metáforas ajudam bastante para criar o clima do jogo. “Gostamos de usar a temática mitológica, o arquétipo do herói”, afirmaram nossos convidados.

Os jogos levam à reflexão e o que é mais importante, à ação. Fazem agir. Podem também ser usados para codificar sistemas de pontos para um sistema de trocas, por exemplo. A origem da gamefication é transformar as experiências em jogos, como nos Programas de Milhagem.

O desafio é ser interessante para as pessoas

Definidos tema e layout é preciso pensar nas regras, que são os limitadores e definem como será a participação dos jogadores. O equilíbrio entre diversão e interação produz um bom jogo.

Há três mecânicas para os jogos:
1. Competição – futebol, por exemplo, onde tirar a bola do adversário para marcar o gol é um estímulo.
2. Comparação – natação, por exemplo, que compara desempenho.
3. Cooperativo – vôlei, que provoca trabalho em conjunto.

Os consultores em jogos trabalham para provocar a cooperação nas empresas. “Todos querem ganhar, é a competitividade. Mas para vencer o desafio, os participantes precisam cooperar. O ser humano em si é cooperativo, mas o sistema econômico é capitalista. A empresa acaba fomentando isso. O ser corporativo tem responsabilidade pela divisão do trabalho, que inibe a cooperação”.

Então, como promover inteligência coletiva, sem cooperação? A resposta está no estímulo à inteligência. “Eu preciso ser melhor do que fui ontem, não melhor do que meu vizinho. Isso que garante minha empregabilidade”, afirma Magda.

Onde entra a comunicação?

Um dos principais objetivos hoje da comunicação interna é gerar engajamento. Pelos jogos, acionamos pelo menos quatro sentidos. Quanto mais sentidos são acionados, maior é a retenção. A memória é um fator superimportante. Emociona e por isso gera maior envolvimento. Memória de longo prazo você gera com experiência. A ação gera aprendizado. Cultura, valores, processo de integração são temas propícios para a aplicação de jogos. Por exemplo, Grupo Rede Dor, que investiu em um modelo de jogo para o processo de integração. É muito mais estimulante. Em termos educacionais, precisa-se encontrar o ponto de equilíbrio para que seja suficientemente desafiante, mas não tão difícil a ponto de abandonar.

Há também o projeto Caminhando na Mata Atlântica, da SOS Mata Atlântica, cujo objetivo é a educação ambiental. Ele é distribuído como brinde após uma sensibilização às crianças para o tema de preservação das matas. Para a Comgás foi desenvolvido um jogo sobre Segurança do Trabalho, que apresenta diferentes situações de perigo em relação à segurança, no trabalho e em casa, para provocar o envolvimento da família.

As finalidades do jogo são: informar, praticar (técnico ou comportamental) e testar/avaliar. Um jogo de sensibilização da liderança, por exemplo, leva 8 horas para aplicação. Logo após, o importante é fazer o debriefing, a ancoragem, que é fixação dos símbolos para fazer lembrar sobre a experiência.

Os argumentos para defender a aplicação dos jogos como ferramenta de comunicação, educação e engajamento são:
. Educação – favorece o aprendizado de adultos.
. Neurociência – segundo Suzana Herculano, estudiosa sobre o assunto no Brasil, três fatores geram aprendizagem: atenção, motivação e método. O jogo é uma das soluções. (www.suzanaherculanohouzel.com).
. Novidade – é um diferencial para gerar ambientes de experiência, que provoquem a vivência. É ferramenta para estimular os sentidos e criar emoção.

Profissionais de comunicação do Aché Laboratórios, Odebrecht S.A., Helibras e TGestiona – serviços compartilhados do Grupo Telefônica, participaram do café da manhã. Dois foram sorteados e ganharam livros da Magda Vila.

Links e dicas interessantes, segundo os consultores:
– tendências de educação universitária (www.nmc.org) e o último relatório está em publications: NMC Horizon Report > 2013 Higher Education Edition
– vídeo sobre como mudar o mundo jogando – http://www.youtube.com/watch?v=Dezrq3-4JUY
– vídeo sobre as atividades do dia a dia: http://www.youtube.com/watch?v=ziHCvpikLh8
– Luderia – bar de jogos em São Paulo

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