121º PCM: Como o Design Thinking pode melhorar a comunicação?

A abordagem para solucionar problemas complexos que surgiu nos anos 60, na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, é denominada Design Thinking. Sua premissa inicial é conhecer mais a fundo os problemas, por meio de pesquisas, entrevistas e trabalho em campo, focada na empatia, colaboração e experimentação antes de criar soluções para eles.

O Design Thinking propõe colocar as pessoas no centro do desenvolvimento de um projeto e gerar resultados que são mais desejáveis para elas, e que ao mesmo tempo, são financeiramente interessantes e tecnicamente possíveis de serem realizados. Por isso, sua influência na maneira de grandes empresas pensarem a inovação é constante.

Considera-se que o Design Thinking contrapõe dois tipos de pensamento: o analítico e o intuitivo, como também um foco distinto em trabalho organizado em iterações, colaboração, e modos abdutivos de raciocínio. Por isso, propõe uma alteração de modelos mentais, onde a mudança implica menos em dar respostas e mais em saber fazer perguntas.

Para Edgard Stuber, nosso convidado para o 121º PCM, o que está em jogo nas organizações é algo mais abrangente: a complexidade e o envolvimento do ser humano exigem novos modelos mentais que vão além da avaliação de causa e efeito para solucionar problemas. “Precisamos questionar para entender esse novo clico de mudanças, que se apresentam por meio de novos paradigmas. Então para traçar caminhos de inovação na comunicação organizacional, é preciso ir além da renovação tecnológica e trabalhar perguntas sobre os problemas”.

Inovação aplicada em várias áreas das organizações

Na avaliação de Edgard, ser criativo é ter a capacidade de resolver problemas ou de gerar ideias para solucioná-los. Já ser inovador é ter a capacidade de implementar essa solução. Uma empresa pode ser inovadora e não ser criativa e vice-versa. Portanto inovação é uma ideia que gera resultados.

A partir desse conceito, cabe perguntar: quais resultados queremos da comunicação organizacional? E foi aí que ele introduziu a força da metodologia de Design Thinking, que parte da delineação do problema. Quais são as necessidades que precisam ser atendidas, pensado na relação empresa/colaborador?

Os participantes e colaboradores das empresas Copersucar, Estre, Fundação Ezute, Vale Fertilizantes e Weber Saint-Gobain saíram do encontro com essa lição de casa.

A importância de entender os stakeholders

Se a abordagem design thinking busca a solução de problemas de forma coletiva e colaborativa, é fundamental reconhecer seus stakeholders (interessados, ou seja, as pessoas em uma perspectiva de empatia máxima.

O processo consiste em tentar mapear e mesclar a experiência cultural, a visão de mundo e os processos inseridos na vida dos indivíduos, no intuito de obter uma visão mais completa na solução de problemas e, dessa forma, melhor identificar as barreiras e gerar alternativas viáveis para transpô-las.

Desafios das empresas frente aos problemas complexos

Incertezas e ambiguidades são componentes dos cenários presentes e futuros. Inúmeras variáveis, circunstâncias ou ações relacionadas entre si, compõem leituras sob os mais diferentes aspectos. Isso define complexidade. Por isso, Edgard aplica a abordagem de design thinking para solucionar problemas complexos, além de outros processos de inovação como:

  • SCRUM dos métodos ágeis de implementação de projetos
  • MVP do Lean Startup
  • Canvas do Business Model Generation
  • Inovação de valor proveniente da estratégia do Oceano Azul

Para quem deseja experimentar, de forma geral, as fases para identificar e resolver o problema são: Exploração, Definição, Ideação e Experimentação. Para saber mais acesse: http://stuberinova.com/wp-content/uploads/2016/01/024-027-hsm115.pdf

foto-edgard_stuberEdgard Charles Stuber é Doutorando em Filosofia e foca sua pesquisa e projeto de tese na sistematização do método de inovação pela filosofia da ciência. Sua empresa, a Stuber Capacitação em Inovação (stuberinova.com) é o fruto de muitas experiências de treinamento e da implementação de diversos projetos de inovação. Desde 2010 é facilitador e capacita organizações de diferentes setores. É professor convidado na Unisinos e na Fundação Vanzolini e, com freqüência, realiza palestras de inovação e design thinking.

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